Insatisfeitos com a gestão de Mohammed Ben Sulayem, membros da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) planejam formar uma oposição ao atual presidente e lançar um candidato para as eleições da entidade, previstas para o final de 2025.
A informação foi divulgada pelo jornalista Joe Saward, especialista na cobertura da Fórmula 1, que relatou que muitos integrantes da FIA consideram que Ben Sulayem não atende às expectativas como presidente. Segundo Saward, o possível opositor deve vir da área de mobilidade da instituição, embora nomes ainda não tenham sido mencionados.
Durante os quase quatro anos de mandato, Ben Sulayem enfrentou críticas constantes dentro da organização, especialmente no universo da Fórmula 1. Recentemente, sua forma de conduzir a FIA gerou repercussões no alto escalão político do automobilismo, o que pode ter impulsionado o movimento de oposição.
David Richards, presidente da Motorsport UK — equivalente à Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) — e apoiador de Ben Sulayem na eleição de 2021, criticou a “falta de transparência e centralização de poder” na gestão do emiratense.
Richards se recusou a assinar um novo termo de confidencialidade, considerado abusivo, e denunciou a tentativa de “mordaça”. Como consequência, aqueles que não assinaram o acordo foram impedidos de participar de uma reunião do Conselho Mundial de Automobilismo.
Outro episódio polêmico ocorreu na última semana, com a renúncia de Robert Reid, então vice-presidente de esporte da FIA. Reid, um membro-chave da equipe de Ben Sulayem, deixou o cargo e criticou publicamente a gestão do presidente, intensificando o clima político na organização. Em sua declaração, Reid afirmou:
> “Quando assumi este cargo, era para servir aos membros da FIA, não ao poder. Com o tempo, tenho testemunhado uma erosão constante dos princípios que prometemos defender. As decisões estão sendo tomadas a portas fechadas, ignorando as próprias estruturas e pessoas da FIA que existem para apresentar.”
Natalie Robyn, ex-CEO da FIA, também reforçou as críticas à gestão de Ben Sulayem. Em entrevista à BBC Sport, Robyn alertou sobre “sérios desafios estruturais” e “riscos à credibilidade da federação”. Ela sugeriu que foi forçada a pedir demissão em maio de 2024, após conflitos com o presidente.
Enquanto isso, a Fórmula 1 retorna de 18 a 20 de abril em Jedá, palco do GP da Arábia Saudita, quinta etapa da temporada 2025.
Postar um comentário